Editorial

O irrefutável poder da vacina

Há muitas coisas que podem ser questionadas, gerar dúvidas, indicar possíveis versões conflitantes conforme a preferência pessoal de quem analisa. Mas se há algo que não se enquadra neste tipo de hesitação ou julgamento variável é a capacidade que as vacinas têm de enfrentar e até erradicar doenças. A ciência já deu mostras suficientes disso através dos mais diferentes e bem embasados estudos, reafirmados pelo que há de mais importante: os efeitos práticos na saúde pública.

É importante que seja feito esse destaque e se reforce essa ideia, por mais cansativo que possa ser ao julgamento de quem já possui essa consciência, porque o Brasil patinando nesse assunto. Aí está a dificuldade encontrada por parte das prefeituras em conseguir atingir a meta de imunização de crianças e adolescentes contra a poliomielite. A campanha de imunização que se encerraria em setembro foi estendida ao longo de outubro e, mesmo assim, foi encerrada sem que a grande maioria dos municípios chegasse ao índice de 95% do público-alvo indo aos postos receber as doses que impedem a paralisia infantil. Na média, o percentual no Rio Grande do Sul ficou em 76%.

E é nessas horas que os exemplos nos trazem as mais fortes evidências do quanto vacinas são eficientes. Vejamos o caso da pandemia de Covid-19. Por mais curta e seletiva que seja a memória, é impossível não lembrar que ainda dentro de 2022 o Brasil inteiro enfrentava um pico alarmante de contaminações e internações pelo coronavírus. Basta relembrar o caso de Pelotas, onde o Diário Popular noticiou que o dia 26 de janeiro bateu recorde de novos de infectados em 24 horas, com 1.314 casos. Naquele dia, 61 pessoas ocupavam leitos em hospitais locais tentando se recuperar da doença (16 destes em UTI), o que equivalia a 105% da capacidade do sistema de saúde que havia sido dedicada ao tratamento contra o vírus. Dez meses depois, ontem, a cidade registrava apenas 13 novos casos, menos de 1% daquele pico de janeiro. Nos hospitais, cinco internados em enfermaria e nenhum em UTI. Menos de um décimo do fatídico dia 26 de janeiro.

A explicação para isso é óbvia e única: vacinação. A partir do momento em que a imensa maioria da população passou a ter acesso às doses, que a proteção se tornou evidente e a resistência baseada em boatos foi deixada de lado, o recuo na curva de casos, internações e mortes foi acelerado.

Este é, sem dúvidas, o grande exemplo que está fresquinho na memória de todos e que deve servir como inspiração para correr às unidades de saúde para buscar outras proteções. Sobretudo às crianças, que não podem ficar à mercê dos chamados bolsões de suscetibilidade, alertados por especialistas.

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